Na Nova Zelândia, biólogos marinhos estão tentando fazer com que os membros sobreviventes (atualmente 24) de mais de 80 baleias encalhadas voltem para o mar. As baleias encalhadas na região noroeste de Auckland são baleias-piloto, espécie conhecida como uma das baleias que mais encalham nas praias. Tal situação trouxe à tona a dúvida que os cientistas têm há muito tempo: o que causa o encalhe de baleias em massa?
O relato do maior encalhe de baleias de uma mesma espécie ocorreu em 1946, quando 835 orcas encalharam perto da cidade de Mar del Plata, na Argentina. A causa do encalhe massivo nunca foi determinada.
Os cientistas têm diversas teorias para explicar por que algumas baleias, que navegam muito bem e são especialistas em navegação por natureza, vem parar em águas rasas e nas praias. Pode ser que apenas uma baleia fique encalhada, ou um grupo inteiro. Alguns casos parecem até intencionais.
Baleias individuais podem encalhar por uma série de razões, como mutações genéticas, infecções ou doenças parasitárias, lesões causadas predadores ou pescadores e velhice.
Já as razões por trás do encalhe em grupo são mais misteriosas. Uma hipótese é que um grupo de baleias pode encalhar acidentalmente ao tentar auxiliar uma baleia já encalhada que está enviando pedidos de socorro.
Porém, esta teoria é difícil de ser comprovada porque a maioria das baleias encalhadas está em “más condições” no momento de resgate, sendo complicado determinar se uma única baleia estava originalmente em perigo.
Outras possibilidades é que a deficiência de nutrientes e a desorientação e fraqueza provocada pela falta de alimentos podem levar as baleias às águas rasas. Elas podem estar seguindo uma presa ou tentando escapar de predadores indo parar na praia.
Clima irregular, poluição da água (por exemplo, derrames de petróleo) e toxinas ambientais também são possíveis causas de desorientação das baleias. Marés vermelhas, que ocorrem quando algas microscópicas florescem rapidamente e liberam toxinas, não só afetam as baleias, mas também moluscos que se alimentam por filtragem e outras partes da cadeia alimentar marinha.
Outra teoria baseia-se nos laços sociais e de parentesco dentro de um grupo. A maioria das espécies de baleias viaja em grupos como estratégia de sobrevivência. A baleia dominante lidera o grupo. Se ela fica doente ou confusa, pode levar o grupo para muito perto da costa, e encalhar na praia.
Por último, mas não menos importante, alguns pesquisadores e ambientalistas sugerem que o pulsar de sonares subaquáticos assusta e desorienta as baleias, especialmente algumas espécies. Dessa forma, uma possibilidade é que elas saem em busca de segurança nas águas rasas.
Por exemplo, as ondas de sonar de frequência média que a marinha dos EUA utiliza para detectar submarinos podem ser prejudiciais. Nas Bahamas, na Califórnia e no Havaí já houve processos e estudos que levaram à Justiça Federal a ordenar a marinha que controlasse seu uso de sonares. No entanto, os cientistas ainda não sabem exatamente como os pulsos sonares perturbam ou prejudicam as baleias, ou porque eles afetam mais determinadas espécies.
Entre os biólogos marinhos, são muitas as possibilidades e poucos os acordos. O mistério permanece.
1 comentários:
Realmente essa Mundo marinho me encanta, meu sonho trabalhar com isso, muito lindo continuem as pesquisas bons trabalho a vocês Biólogos.
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