Anteriormente, os cientistas pensavam que as aranhas machos se interessavam pelo tamanho das fêmeas, porque as maiores tendem a ser mais férteis. Porém, uma nova pesquisa revelou que as aranhas que só têm relações sexuais uma ou duas vezes na vida preferem as virgens.
Em experimento, os pesquisadores colocaram duas fêmeas, uma maior do que a outra, perto de machos em laboratório e na natureza. Independentemente de seu tamanho, a maioria das fêmeas recebeu um visitante masculino ou dois. Ao contrário das expectativas dos pesquisadores, as virgens foram as favoritas. Entre os 21 pares de fêmeas (uma virgem e uma não-virgem), as virgens atraíram e acasalaram com 12 presas do sexo masculino. Apenas um macho optou por fazer sexo com uma parceira experiente.
Segundo os pesquisadores, há espécies de aranha que só tem uma chance de acasalar, porque suas parceiras os comem após a cópula. Mesmo os que têm a sorte de escapar deste canibalismo sexual só conseguem acasalar mais uma vez.
Por exemplo, as aranhas vespas têm testículos que produzem espermatozóides, mas não têm pênis. Em vez disso, os aracnídeos ejaculam em uma pequena teia e em seguida, armazenam o esperma em “pedipalpos”, que se parecem com luvas de boxe.
Para iniciar o acasalamento, o macho vai até a teia de uma fêmea. Em seguida, ela assume uma posição de cópula característica, e o macho se aproxima e coloca um pedipalpo em um dos dois dutos genitais da barriga da fêmea.
É nessa hora que as coisas começam a ficar perigosas. No segundo contato genital, a fêmea de repente se inclina, e parece que o macho a apunhala. Então, ele tem apenas alguns segundos para completar sua missão antes que ela comece a enrolá-lo na sua teia. Mais de 70% das aranhas vespas acabam virando refeição pós-coito desta forma.
Durante o ato sexual, a aranha deixa intencionalmente uma de suas duas genitálias dentro da fêmea, na tentativa de impedi-la de ficar grávida de outros machos. Esta estratégia de indução muitas vezes compensa: eles têm três vezes mais chances de se tornarem papais. Ou seja, conquistar uma fêmea virgem pode resultar em mais ovos e filhotes.
Os pesquisadores também dizem que a exigência masculina pode vir do fato que as fêmeas virgens enviam um químico, chamado feromônio, no ar, que alerta o macho da sua castidade. Este sinal é “desligado” após o acasalamento. Ainda assim, como a fêmea tem dois dutos, ela pode não ser de todo virgem. Os machos, aparentemente, não conseguem saber se um de seus dois dutos já foi utilizado.
No entanto, os cientistas observaram que os machos não acasalam com qualquer virgem, indiscriminadamente. Por exemplo, os machos podem detectar se uma parceira em potencial é na verdade uma das suas irmãs. Neste caso, eles preferem passar a oportunidade.
Em um experimento em que irmãos foram postos juntos, quando aconteceu de um macho ter relações sexuais com a irmã, ele copulou por um curto período de tempo, diminuindo o risco de ser devorado, e aumentando a chance de acasalamento mais tarde com uma mulher mais reprodutivamente compatível.
Os cientistas suspeitam que a relação entre os irmãos não ocorre normalmente na natureza, e que os machos fazem suas escolhas.
Segundo os pesquisadores, os resultados do estudo mostram uma inusitada batalha entre os sexos no reino animal. Normalmente, o sexo masculino tem um grande número de espermatozóides, e o macho é mais ilimitado em fertilização. Isso não acontece com essas aranhas, entretanto.
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