Science World está de volta

O nosso e vosso blogue "Science World" está de volta e melhor do que nunca.

E se todas as Pessoas na Terra saltassem ao mesmo tempo?

Há cerca de 7 mil milhões de pessoas na Terra com um peso aproximado de 363 mil milhões de quilos. Dados estes factos já certamente pensou se todas as pessoas do Mundo saltassem ao mesmo tempo, o que aconteceria?

Por que não nos lembramos de quando éramos bebês?

É consenso entre os especialistas que os primeiros anos de vida são fundamentais na formação de cada indivíduo, mas apesar da importância que eles têm, não é possível lembrar do que vivemos antes de completar 30 meses, ou dois anos e meio de idade. Então porque é que isto acontece?

Quando tempo podemos viver sem água?

É impressionante as várias capacidades do Homem mas este têm necessidades básicas, comida, ar e água são algumas delas, usando a regra dos três dos especialistas de sobrevivência é muito fácil saber quanto tempo podemos passar sem estas necessidades básicas.

Macrófagos injetados no cérebro podem combater progressão de Alzheimer

Um grupo de pesquisadores da Charité – universidades alemãs de Berlim e de Freiburg – foi capaz de documentar pela primeira vez como o sistema imunológico pode combater até mesmo a progressão da doença de Alzheimer.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Posted by Science World On quarta-feira, outubro 27, 2010 0 comentários

Equipe descobre receptores gustativos nos pulmões

Pesquisadores da Universidade de Maryland descobriram que receptores do sabor amargo não estão apenas localizados na boca, mas também nos pulmões humanos. A descoberta pode revolucionar o tratamento da asma e outras doenças pulmonares obstrutivas.
“A detecção de receptores de sabor no funcionamento da musculatura lista dos brônquios dos pulmões foi tão inesperada que estávamos, no início, bastante céticos”, diz Stephen Ligget, autor sênior do estudo. A equipe havia encontrado os receptores gustativos por acidente, durante um estudo de receptores musculares que regulam a contração e o relaxamento muscular das vias aéreas – caminhos por onde entra e sai o ar, em uma das várias etapas críticas do processo de fornecimento de oxigênio para as células do corpo. Na asma, o músculo liso das vias aéreas se contrai impedindo o fluxo de ar, causando chiado no peito e falta de ar.
Os receptores gustativos nos pulmões são os mesmos existentes na língua, encontrados em grupo nas papilas gustativas para captar e enviar sinais ao cérebro. No pulmão, os receptores não são agrupados em gemas e também não enviam sinais ao cérebro, embora respondam a substâncias com gosto amargo. Entretanto, os pesquisadores observaram que a resposta é um pouco diferente do que ocorre na língua.
“Aconteceu que os compostos amargos trabalharam no sentido oposto do que pensávamos”, diz Ligget. “Todos abriram as vias aéreas de forma mais ampla que qualquer droga conhecida que temos para o tratamento da asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica”. O pesquisador afirma que a observação pode ter implicações para novas terapias. “Novas drogas para tratar a asma, enfisema ou bronquite crônica são necessárias e isso pode substituir ou melhorar o que já está em uso, representando uma abordagem completamente nova”.
Outro aspecto paradoxal da descoberta é o inesperado papel que o cálcio exerce sobre os receptores do pulmão quando estes são ativados. “Nós sempre assumimos que o aumento de cálcio nas células musculares lisas causa a contração das mesmas, mas descobrimos que compostos amargos de cálcio aumentam o relaxamento das vias de forma única”.

Posted by Science World On quarta-feira, outubro 27, 2010 0 comentários

3 em 1 - Indonésia enfrenta terremoto, tsunami e alerta de erupção

Autoridades da Indonésia elevaram para o nível máximo o alerta de erupção do vulcão Monte Merapi, diante do grande aumento da atividade sísmica registrada nas últimas horas. Mais 11 mil pessoas que moram em um raio de 10 quilômetros de distância da montanha começaram ser removidas de seus vilarejos e encaminhadas para sete abrigos.


Vulcão do Monte Merapi em Erupção

A atividade sísmico-vulcânica aumentou na última semana e de acordo com as autoridades se Merapi entrar em erupção, o magma irá escorrer pelo lado sul. Entretanto, não há como prever a intensidade de sua erupção e nem quando ela exatamente pode acontecer por isso a medida de evacuação foi emergencial. Durante o fim de semana foram registrados quase 500 tremores. Atualmente, cerca de 40 mil pessoas vivem perto do Monte Merapi.

O Monte Merapi tem 2.914 metros de altura e é o vulcão mais ativo da Indonésia, localizado na ilha de Java. Sua última erupção aconteceu em junho de 2006 e matou duas pessoas. Outra forte erupção de gases e rochas fez 60 vítimas fatais em 1994, e a erupção com maior número de vítimas foi em 1930, com 1.300 mortos.

Monte Merapi, visto á distância

A Indonésia tem forte atividade vulcânica e sísmica, pois está localizada na região conhecida como “Anel de Fogo do Pacífico”. Só no país, são mais de 130 vulcões ativos.
A atividade recente do Merapi coincide com uma elevação da sismicidade registrada no lado ocidental da Indonésia e que culminou com um terremoto de 7.7 graus de magnitude ocorrido na tarde de segunda-feira (25 de outubro de 2010) . O evento foi seguido por uma série de réplicas de forte intensidade e gerou um tsunami que matou mais de 40 pessoas até o momento.

Posted by Science World On quarta-feira, outubro 27, 2010 0 comentários

6 dos Maiores Tesouros Perdidos no Mundo

Eles foram exemplos fantásticos de opulência, decadência e esplendor. Pessoas ficaram maravilhadas com a sua beleza, reverenciaram seu excesso e renderam-se a seu poder. E agora eles se foram.
Mas onde eles estavam? E o que aconteceu a eles? Alguns são temas recorrentes de filmes, como em "Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida". Explore nossa lista dos seis maiores tesouros perdidos do mundo. Vamos começar com um que valeria hoje estimados US$ 142 milhões.

1. Câmara de Âmbar

Descrita como a oitava maravilha do mundo por aqueles que a viram, a Câmara de Âmbar é certamente o mais exclusivo tesouro perdido da história.
Ela era uma sala de 1.021 m2 que consistia de de grandes painéis de parede incrustados com varias toneladas de pastilhas de âmbar, grandes espelhos com molduras de folhas de ouro e quatro magníficos mosaicos florentinos. Disposto em três camadas, o âmbar foi incrustado com joias preciosas, e vitrines de vidro hospedavam uma das mais valiosas coleções de arte russa e prussiana já reunida.
Criada para o rei da Prússia, Frederico 1º e dada ao czar russo Pedro, o Grande em 1716, a Câmara Âmbar estava localizada no Palácio Catarina, perto de São Petersburgo. Hoje esse tesouro estaria avaliado em mais de US$ 142 milhões.
Quando Adolf Hitler direcionou sua máquina nazista para a Rússia, os guardiões da Câmara Âmbar ficaram nervosos. Eles tentaram mudá-la de lugar, mas o âmbar começou a desmoronar, então eles tentaram cobri-lo com papel de parede. Não foram bem-sucedidos, e quando os nazistas tomaram Leningrado (ex- São Petersburgo), em outubro de 1941, eles reivindicaram a Câmara âmbar e a colocaram em exibição no Castelo Königsberg durante o resto da guerra.
Contudo, quando Königsberg se rendeu, em abril de 1945, o fabuloso tesouro não foi encontrado em lugar algum. A Câmara Âmbar nunca mais foi vista novamente. Os soviéticos inadvertidamente destruíram seu próprio tesouro com bombas? Ele foi escondido em um agora perdido  bunker subterrâneo fora da cidade? Ou ele foi destruído quando o Castelo Kösnigsberg foi queimado logo depois que a cidade se rendeu?
Provavelmente nunca saberemos ao certo. Mas felizmente para os amantes da opulência, a Câmara Âmbar foi detalhadamente recriada e está em exposição no Palácio Catarina.

2. Tesouro do Barba Negra

O famoso pirata Barba Negra passou apenas dois anos (1716-1718) saqueando o alto-mar. Nesse período, contudo, ele angariou uma grande fortuna. Enquanto os espanhóis estavam ocupados obtendo todo ouro e prata que podiam extrair do México e da América do Sul, Barba Negra e seus companheiros esperavam pacientemente, e então atacavam os navios carregados de tesouros na viagem de volta para a Espanha.
O Barba Negra desenvolveu uma reputação assustadora como oportunista cruel e malévolo. Seu reinado de terror se centrou em torno das Índias Ocidentais e da costa atlântica da América do Norte, com sedes nas Bahamas e na Carolina do Norte. Seu fim chegou em novembro de 1718, quando o tenente britânico Robert Maynard decapitou o pirata e pendurou sua cabeça no gurupés de seu navio como um troféu pavoroso.
Mas o que aconteceu com o vasto tesouro amealhado pelo Barba Negra? Sabe-se que ele enterrou sua fortuna, mas nunca revelou o local. Isso, no entanto, não impediu incontáveis caçadores de tesouro de tentar colocar suas mãos nela. 
O navio afundado do Barba Negra, a Vingança da Rainha Anne (Queen Anne's Revenge), pode ter sido descoberto perto de Beaufort, Carolina do Norte, em 1996, mas o saque não estava a bordo. Possíveis localizações do estoque escondido incluem as ilhas do Caribe, a Baía de Chesapeake, na Virgínia, e as cavernas das Ilhas Cayman.

3. Tesouros de Lima

Em 1820, Lima, no Peru, estava à beira da revolta. Como medida preventiva, o vice-rei de Lima decidiu transportar a fabulosa riqueza da cidade para um local seguro no México. Os tesouros incluíam pedras preciosas, castiçais, e duas estátuas em tamanho natural de ouro sólidas de Maria segurando o menino Jesus. Ao todo, o tesouro encheu 11 navios e foi avaliado em cerca de US$ 60 milhões.
O capitão William Thompson, comandante do Mary Dear, foi posto no comando do transporte das riquezas para o México. Mas o vice-rei deveria ter feito uma pesquisa sobre o homem a quem confiou a fabulosa fortuna. Thompson era um pirata, e um pirata implacável. Uma vez que o navio estava fora de vista da costa, ele cortou as gargantas dos guardas peruanos e jogou seus corpos ao mar.
Thompson então se dirigiu às Ilhas Cocos, no Ocenao Índico, onde ele e seus homens supostamente enterraram o tesouro. Eles então decidiram se separar e esperar até que a situação se acalmasse, quando eles se reuniriam novamente para dividir o espólio.
Mas o Mary Dear foi capturado, e a tripulação foi a julgamento por pirataria. Todos, exceto Thompson e seu imediato foram enforcados. Para salvar suas vidas, os dois concordaram em levar a Espanha ao tesouro roubado. Eles levaram os espanhóis o mais longe possível das Ilhas Cocos e conseguiram escapar na selva. Thompson, seu imediato, e o tesouro nunca mais foram vistos novamente.
Desde então, mais de 300 expedições tentaram, sem sucesso, localizar os tesouros de Lima. A teoria mais recente é que o tesouro não foi enterrado nas Ilhas Cocos, mas em uma ilha desconhecida longe da costa da América Central...

4. O tesouro perdido do faraó

Quando Howard Cartes encontrou a tumba do faraó Tutancâmon no Vale dos Reis, no Egito, em 1922, ele ficou embasbacado com o esplendor dos artefatos que o jovem rei levou para o além. Anexa à câmara funerária estava uma tesouraria com tantas joias e outros artefatos, que Carter demorou dez anos para conseguir catalogar tudo.
Contudo, quando as câmaras funerárias de mais faraós proeminentes foram desenterradas, no final do século 20, suas câmaras de tesouro estavam virtualmente vazias. É de conhecimento geral que os ladrões de tumbas andaram bem ocupados nas tumbas ao longo dos séculos, mas a escala do roubo exigida para limpar as tumbas dos reis está além de criminosos insignificantes. Então, onde está a vasta riqueza que os faraós enterraram no Vale dos Reis?
Alguns estudiosos acreditam que os tesouros foram apropriados pelos padres que conduziram novos enterros no Vale dos Reis entre o começo da 20ª e do fim da 21ª dinastias egípcias (de 425 a 343 a.C.). Os faraós não eram contrários à reutilização dos esplendores funerários de seus ancestrais, por isso a remoção pode ter ocorrido com a sanção oficial.
Um administrador em especial, Herihor, merece atenção especial. Herihor era um alto funcionário da corte durante o reinado de Ramsés 11. Com a morte de Ramsés, Herihor usurpou o trono, dividindo o reino com um co-conspirador, seu genro Piankh. Herihor colou-se a cargo dos procedimentos do reenterro no Vale dos Reis, proporcionando a si mesmo a grande oportunidade de roubar em larga escala.
Sua tumba nunca foi encontrada. Quando e se for, especialistas acreditam que os tesouros perdidos de muitos dos faraós do Egito finalmente verão a luz do dia.

5. A Arca da Aliança

Para os antigos israelitas, a Arca da Aliança era a coisa mais sagrada da Terra. Objeto supremo e central da nação Hebraica, esse baú ornamentado foi, de acordo com a Bíblia, desenhado por Deus.
Medindo 1,11 m de comprimento, 0,66 m de largura e 0,66 m de altura, o baú era feito de madeira acácia, sobreposta dentro e fora por ouro puro e cerca por uma borda artística de ouro. Montados na tampa de ouro sólido havia dois querubins de frente um para o outro, com as cabeças em arco e asas estendidas para cima.
A Arca serviu como arquivo sagrado para relíquias sagradas, incluindo as duas tábuas de pedra dos 10 Mandamentos. Como tesouro histórico e religioso, a Arca e seus conteúdo são absolutamente inestimáveis.
Em 607 a.C., Jerusalém, a capital do reino israelita de Judá e sede do Templo de Salomão, onde a Arca estava hospedada, foi conquistada e destruída pelos babilônios. Em um terrível massacre, mais de 1 milhão de pessoas foram mortas, e que sobreviveu foi feito prisioneiro.
Setenta anos depois, quando os israelitas retornaram para reconstruir a cidade, a Arca da Aliança tinha sumido. O que aconteceu à relíquia inestimável tem sido tema de intensa especulação desde então. 
Acredita-se amplamente que a Arca foi escondida pelos hebreus para protegê-la dos babilônios. Locais possíveis de seu esconderijo variam do Monte Nebo, no Egito, à Etiópia, passando por uma caverna no coração da Judeia. Mas se a Arca foi escondida, por que ela não foi recuperada quando os israelitas retornaram a Jerusalém e reconstruíram o templo?
Outros acreditam que a Arca foi destruída pela ação violenta dos babilônios. Outra explicação, ainda, foi produzida pela fé. A Arca teria sido milagrosamente removida por Deus e está sob sua custódia.

6. O tesouro de Montezuma

A destruição espanhola do império asteca no México aconteceu em 1 de julho de 1520. Depois de ferir mortalmente o imperador Montezuma, Hernando Cortés e seus homens foram cercados por furiosos guerreiros astecas na capital da cidade de Tenochtitlán.
Montezuma
Após dias de luta feroz, Cortés ordenou a seus homens que empacotassem o vasto tesouro de Montezuma como preparo para a luta daquela noite, mas eles não foram muito longe antes que o astecas caíssem sobre eles. A carnificina decorrente encheu o lago Tezcuco com corpos espanhóis e os tesouros roubados de Montezuma.
O exército aterrorizado tinha jogado fora o butim na vã tentativa de escapar com vida da fúria asteca. O tesouro consistia de incontáveis ornamentos de ouro e prata, junto com uma enorme conjunto de joias.
Cortés e um punhado de seus homens conseguiram fugir e retornaram um ano depois para exigir vingança. Quando os habitantes de Tenochtitlán se deram conta da aproximação dos invasores, eles enterraram o que havia restado do tesouro da cidade e no lago Tezcuco e em torno dele para evitar que ele caísse nas presas dos gananciosos espanhóis.
Hoje, o vasto tesouro sem dono permanece escondido debaixo de quase cinco séculos de barro e lama nos arredores da Cidade do México, a encarnação de Tenochtitlán dos dias de hoje. Gerações de caçadores de tesouros saíram à procura das preciosidades sem sucesso. Um ex-presidente do México até dragou o leito do lado, mas nenhum tesouro foi encontrado.




Posted by Science World On quarta-feira, outubro 27, 2010 0 comentários

Uma lesma-do-mar movida a energia solar

Elas fingem ser como as plantas, caso raro entre os animais, sendo tão ou melhores do que as algas a usar a luz do Sol na obtenção do seu alimento - como agora descobriu uma equipa de biólogos portugueses.


Como um vampiro, faz um pequeno furo na alga. Depois, suga-lhe todo o conteúdo celular e passa a comportar-se como uma planta, usando a luz solar para produzir parte do seu alimento. Só que não é uma planta, nem lá perto - é uma lesma-do-mar.

Três biólogos portugueses foram de propósito apanhá-la em dois locais do Mediterrâneo e publicaram um artigo na revista Journal of Experimental Marine Biology and Ecology com o que descobriram: ela pode ser mais eficiente na fotossíntese do que as algas que come.

A Elysia timida, o nome científico desta espécie de lesma-do-mar, foi descrita pela primeira vez no início do século XIX. Faz parte de um grupo designado por lesmas-do-mar movidas a energia solar, que é conhecido há bastante tempo. Quase desde a sua descoberta que se percebeu que têm capacidade de fazer fotossíntese, diz Bruno Jesus, um dos autores do artigo, do Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. "Era estranho serem verdes."

É que esse roubo não é discreto. Quase todas as lesmas-do-mar fotossintéticas, capacidade rara entre os animais, são verdes. Esta cor é-lhe conferida pelas estruturas mais importantes das plantas para a fotossíntese - os cloroplastos. Ou seja, as fábricas de energia das plantas.

Entre as 6000 espécies de lesmas-do-mar descritas até agora em todo o mundo, conhecem-se quase 300 movidas a luz solar, todas a viver em associação com algas verdes que podemos ver com frequência nas praias.

Tal como a alga que come, a Acetabularia acetabulum, a Elysia timida não mora nas costas portuguesas. Vive em profundidades baixinhas e em zonas onde há muita luz. "Bastou andarmos de óculos em apneia que se apanhou bem", conta Bruno Jesus.

Em Portugal continental, também há uma lesma fotossintética, só que de outra espécie (a Elysia viridis). Mas a equipa de biólogos - que inclui ainda Patrícia Ventura, do mesmo centro de oceanografia, e Gonçalo Calado, da Universidade Lusófona - elegeu a prima mediterrânica para as suas investigações, porque, entre outros aspectos, os pigmentos fotossintéticos que ela rouba à alga são bastante claros, o que os torna mais fáceis de estudar.

Uma só célula gigante

Enquanto a alga, que é encimada por um chapéu, atinge cinco centímetros de altura, os maiores exemplares da lesma têm apenas um de comprimento. A relação entre as duas ganha contornos ainda mais curiosos quando Bruno Jesus revela que a alga é feita de uma única célula. É dos maiores seres unicelulares.

Portanto, a lesma tem a vida facilitada quando a come: em vez de ter de abrir diversos buracos, para retirar o conteúdo de inúmeras células, só precisa de o fazer uma vez para sugar a parte onde se encontram os cloroplastos. "Como é uma célula gigante, consegue ter acesso a todo o seu conteúdo de uma só vez. Mas não come a alga toda, deixa ficar a parte de fora", explica Bruno Jesus.

Os cloroplastos ingeridos pela lesma passam depois pelo seu tracto digestivo sem serem digeridos e mantêm-se funcionais, qual cleptómana. Roubados assim às algas, podem produzir energia tal como o faziam na alga. Enquanto outros animais desperdiçam os cloroplastos, ela aproveita-os para obter parte do seu alimento. A outra parte é obtida através da digestão do próprio conteúdo celular da alga.

No caso desta lesma, as largas centenas de cloroplastos funcionaram durante várias semanas. As fábricas de energia roubadas vão-se depois degradando, mas, até a lesma acabar por perdê-las, verificou-se que, em situações de excesso de luz, é mais eficiente do que a alga na fotossíntese. Este é o primeiro resultado de um projecto de investigação português, o SymbioSlug, coordenado pelo Instituto Português de Malacologia, que estuda esta curiosa relação entre animais e plantas.

Há uma explicação para tanta eficiência. Quando os cloroplastos das plantas estão sujeitos a condições de grande exposição solar, o rendimento da fotossíntese baixa, porque só contam com mecanismos fisiológicos para se protegerem do excesso de luz. Os cloroplastos roubados, além desta protecção, beneficiam ainda de uns prolongamentos da pele da lesma, que podem abrir-se ou fechar-se consoante a quantidade de luz ambiente. Enrolam-se como um charuto, tapando a parte verde onde estão os cloroplastos com a parte branca do corpo.

A lesma também pode simplesmente fugir das zonas com muita luz. É como usar o melhor de dois mundos: fazer fotossíntese como uma planta e comportar-se como um animal. "É fascinante como um animal pode ser ainda mais eficiente a fazer fotossíntese do que a alga a quem roubou a maquinaria", diz Bruno Jesus.

Barreiras quebradas

Até há pouco tempo, não se sabia como as fábricas de energia das plantas se mantinham em funcionamento dentro das lesmas. "Estes animais conseguem não só pôr os cloroplastos dentro das suas células - o que já é impressionante -, como pô-los a funcionar", sublinha Bruno Jesus. Como é isto possível?

Nas plantas, os cloroplastos estão sob o comando de genes que se encontram no núcleo das células vegetais. Mas, uma vez ingeridos pelas lesmas, como é que são postos a trabalhar?

O mistério foi esclarecido de vez em 2008, por uma equipa norte-americana, que encontrou genes do núcleo celular de uma alga... dentro do núcleo das células de uma lesma-do-mar. Afinal, ao longo da evolução, alguns genes do núcleo celular das algas tinham sido transferidos para o das lesmas. Este tipo de transferência de genes já era conhecido entre bactérias - "mas não entre um animal e uma planta", sublinha Gonçalo Calado. "Isto foi uma grande inovação."

É por esta razão que as lesmas-do-mar são únicas entre os animais, e não por fazerem fotossíntese. Embora seja raro, conhecem-se outros animais fotossintéticos, como certos corais, que vivem associados a uma microalga (também de uma só célula). A diferença é que esses corais introduzem no seu interior a alga inteira, e não apenas as suas fábricas de energia. "O que é único neste grupo de lesmas-do-mar é que apenas incorporam os cloroplastos nas suas células. E, para funcionarem, têm de ter informação vinda do núcleo do animal, pois deixaram de ter o núcleo da alga", frisa Gonçalo Calado. "Isso é que é único."

Compreender como um sistema celular vegetal consegue funcionar dentro de um animal é um dos motivos por que os cientistas se sentem tão fascinados pelas lesmas-do-mar. "Já quebraram muitas das barreiras cognitivas que tínhamos na cabeça", diz Gonçalo Calado.

Posted by Science World On quarta-feira, outubro 27, 2010 0 comentários

10 Factos Impressionantes sobre O tsunami que devastou a Ásia


O tsunami que devastou a Ásia foi um dos desastres mais impressionantes da história. A devastação que ele causou – engolindo cidades inteiras, demolindo tudo que estava na orla e matando mais gente do que parece possível aceitar – você já conhece. Mas a marca do maremoto foi ainda mais profunda. O planeta Terra sentiu esse cataclismo de maneira marcante e permanente. É o que você vai ver nestas páginas.
1- O planeta emagreceu
A Terra perdeu cintura. Sabemos que ela é uma esfera levemente achatada. Com o imenso tremor, o achatamento ficou menor – ou seja, a distância de pólo a pólo aumentou e o tamanho do Equador diminuiu. Claro que a diferença foi minúscula – pouco menos de 1 milímetro
2- O tempo encolheu
O dia ficou mais curto – três milésimos de segundo mais curto. Segundo Richard Gross, da Nasa, isso se deveu ao imenso deslocamento de massa que aconteceu no planeta quando a placa da Índia afundou sob a da Birmânia, o que alterou a rotação da Terra
3- Os corais escaparam
Em terra a destruição foi imensa, mas, por incrível que pareça, o mar pode não ter sofrido tanto. No Sri Lanka, um levantamento da União Mundial para a Conservação da Natureza mostra que, apesar do chacoalhão, a mortalidade de corais foi menor do que a causada pelo aumento da temperatura do mar em 1988
4- As ilhas andaram
Algumas ilhas do oceano Índico moveram-se até 20 metros. Uma delas, a de Trinkat, foi partida em três pelo maremoto, e viu seu interior cortado por um braço de mar. A ponta da ilha de Sumatra afundou
5- O mar afundou
Ninguém ainda foi lá ver, mas surgiu no chão do oceano uma falha geológica espetacular. Acredita-se que o fundo do mar tenha afundado mais de 20 metros em alguns trechos. A falha foi causada pelo deslizamento súbito da placa da Índia
6- Os elefantes ouviram
Todo mundo ouviu a historinha dos elefantes que salvaram turistas. O que eles fizeram foi usar um equipamento que a seleção natural lhes deu para salvar a própria pele. Elefantes ouvem infra-sons, que calham de ser ondas sonoras na freqüência das produzidas por abalos sísmicos
7- Os cientistas se assustaram
O megaterremoto pode ter sido o primeiro de uma série, diz o sismólogo romeno Vasile Marza, da Universidade de Brasília. Por razões desconhecidas, tremores de magnitude 9 parecem se agrupar no tempo. Entre 1952 e 1964, ocorreram quatro deles
8- O pólo se mudou
O Pólo Norte também mudou de lugar. Quem quiser procurar Papai Noel agora vai ter de se deslocar mais 2,5 centímetros para nordeste. Isso porque o eixo imaginário em torno do qual o planeta gira foi abalado, inclinando-se levemente
9- O futuro registrou
Daqui a milhões de anos, geólogos que estudarem as rochas do local verão vestígios de ossos, conchas e pedras. É assim que cientistas reconstituem hoje os tsunamis do passado. Pelo cacos, será possível até calcular o tamanho e a velocidade das ondas
10- Mas podia ser pior
A onda de 12 metros do tsunami asiático foi devastadora. Mas não é nada perto da que atingiu o golfo do México há 65 milhões de anos, quando um asteróide espatifou-se na Terra, extinguindo 60% das espécies, incluindo os dinossauros. Estima-se que aquele tsunami tenha atingido 1 quilômetro de altura

Posted by Science World On quarta-feira, outubro 27, 2010 0 comentários

Em dez anos foram descobertas 1220 espécies na Amazónia


Em dez anos de estudo foram descobertas 1220 espécies na Amazónia. O relatório «Amazónia Viva: Uma década de descobertas: 1999-2009», editado pela World Wildlife Fund (WWF), dá a conhecer os animais e plantas que nunca tinham sido detectadas. Em média, foi encontrada uma espécie em cada três dias.
Francisco Ruiz, coordenador da iniciativa Amazónia Viva, daquela instituição, considera que “em nenhum outro lugar da Terra a teia da vida é tão intrincada e exuberante quanto na Amazónia. A maior bacia hidrográfica do planeta forma um gigantesco sistema vital para a maior e mais diversificada floresta tropical do mundo”.


No total, o relatório inclui 637 plantas, 257 peixes, 216 anfíbios, 55 répteis, 16 aves e 39 mamíferos. A chamada formiga de Marte (Martialis heureka), o papagaio-careca (Aurantiocephala pyrilia), um peixe que vive em águas subterrâneas (Phreatobius dracunculus) ou um camaleão sapo (Telmatobius sibiricus) são alguns desses tesouros, a maior parte ameaçados de extinção.

A formiga de Marte tem uma combinação única de características. É um predador sem olhos, que não ultrapassa os três milímetros, pálido e com grandes mandíbulas. Encontrada no Brasil, em 2008, pertence a um género descoberto em 1923 que muito possivelmente descende de espécies com mais de 120 milhões de anos.

O peixe Phreatobius dracunculus foi descoberto por acaso pelos habitantes de Rio Pardo, no Brasil, quando escavavam um poço. Pelas suas tonalidades coloridas, o papagaio-careca, também descoberto no Brasil, é outra das descobertas mais mediáticas.

A floresta amazónica abrange principalmente o Brasil e o Peru. Mas são oito os países que incluem a floresta mais rica em biodiversidade do planeta. Juntam-se àqueles a Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Suriname e Venezuela.

Muitas das espécies quando são descobertas ficam logo classificadas como estando ameaçadas de extinção. Francisco Ruiz explica que “nos últimos 50 anos a humanidade provocou a destruição de, pelo menos, 17 por cento do bioma”.

A maior parte da região permanece “razoavelmente intacta”, diz, mas as ameaças “são consideráveis”. Os problemas, explica o coordenador, são os “modelos de desenvolvimento inadequados, o rápido crescimento económico regional, a demanda crescente por energia e as tendências insustentáveis do agronegócio”. A mudança do clima “também agrava os problemas”.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...